O corte de R$ 1,1 bilhão no orçamento do Estado, anunciado nesta terça-feira (15) pelo governador Jaques Wagner, ainda não tem segmentos definidos. De acordo com o chefe do Executivo baiano, a redução se alinha à medida adotada pela presidente Dilma Rousseff, que diminuiu R$ 50 bilhões da estimativa de investimentos da União. “Sobre os cortes, ela estimou o valor, mas ainda não localizou onde serão os cortes e aí eu vou ter que esperar para ver. Eu espero que eles toquem em mim minimamente nas questões sociais. Quando se fala em cortar, alguma coisa vai ter que diminuir, então, qualquer coisa para nós é prejuízo, porque nós temos interface com o governo federal na área de educação, de saúde, de segurança, de estrada, da Copa do Mundo, então, eu não sei exatamente aonde que vai ter. Eu creio que ela fará a seletividade de acordo com as suas prioridades. Acho que obra da Copa dificilmente tem corte. Aquilo que tem prazo para entregar é a mesma coisa para mim, por exemplo, o carnaval. Se eu tenho determinados compromissos, então o (dinheiro do) carnaval tem que sair, porque é um evento que só acontece hoje. Uma coisa que tem data para acontecer, eu creio que ela não vá atrasar”, explicou.
A preocupação principal do governador, contudo, é o financiamento em saúde pública. “Nós tivemos um grande investimentos, cinco hospitais, reforma de outros e ampliação do Samu. O ministro da Saúde (Alexandre Padilha) vai estar sexta-feira aqui entregando mais ambulâncias do Samu 192, lançando a campanha da dengue e depois vai vir para a campanha das doenças sexualmente transmissíveis, na época do carnaval”, revelou. Ao defender que a saúde não poderá ter contenção de verbas, Wagner defendeu a polêmica criação da Contribuição Social da Saúde (CSS), que deverá retornar à pauta do Congresso este ano. “Eu acho que a classe política vai ter que encarar algum tipo de contribuição, por mais que seja indesejável o tributo, e por isso que chamamos de tributo e imposto, mas eu vou voltar para a minha tese: se bem aplicado, qualquer tributo, qualquer imposto, dói no bolso de quem paga, mas é uma das formas mais eficientes de a gente fazer justiça social e distribuição de renda, não tem jeito. A classe média cresceu. O povo ainda precisa de uma série de serviços públicos que a gente precisa melhorar e, portanto, eu acho que deveria ser criado algum tipo de contribuição, tipo aquela que tinha (CPMF), não naquele valor, estritamente direcionada para isso, para que a gente possa robustecer o financiamento de saúde”, argumentou.
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