segunda-feira, 18 de abril de 2011

Vacina contra os quatro tipos de dengue só daqui a cinco anos

Manaus - Cientistas esperam que a população brasileira possa, daqui a cinco anos, ser imunizada contra os quatro tipos de vírus da dengue. O prazo para resolver o problema epidemiológico é bem inferior ao tempo de que o país precisa para universalizar o saneamento básico, apontado como uma das causas para a prevalência da dengue.
As informações são da agência oficial de notícias do governo federal, a Agência Brasil. Segundo o governo federal, apenas em 2030, todos os brasileiros terão água encanada e rede coletora de esgoto em suas casas. Este ano o Amazonas sofreu a maior  epidemia de dengue da história desde 2001. Os municípios de Manaus e Tefé registram os maiores números de casos da doença. Outros cinco municípios registraram situação de emergência e dez pessoas morreram devido à dengue no   Estado entre janeiro e março. Três casos suspeitos ainda estão em investigação. A gravidade da atual epidemia é decorrente da circulação das quatro variações da doença. De acordo com a  Secretaria de Estado de Saúde (Susam), cerca de 99% dos casos são de dengue clássica, e 1%  são do tipo grave da doença.  “Um dos problemas da dengue e outras doenças negligenciadas é que elas cresceram onde não há infraestrutura adequada. As pessoas têm que armazenar água, as prefeituras não conseguem recolher o lixo. Isso vai levar anos, talvez décadas para que a gente consiga resolver completamente”, afirma o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Na avaliação do secretário, a situação social torna a pesquisa em saúde ainda mais importante. Barbosa lembra que a pesquisa pode oferecer boas ferramentas de prevenção e controle de doenças. “Quando olhamos o panorama de doenças tropicais negligenciadas, as que persistem são aquelas em que as ferramentas disponíveis não são as melhores. E, por isso, o desenvolvimento científico e tecnológico é muito importante”.
Pesquisas buscam vacina na genética das plantas Duas pesquisas desenvolvidas no Brasil buscam a produção de medicamentos para diagnóstico e imunização da população contra os quatro tipos de dengue a partir da modificação genética de plantas. Na Universidade Estadual do Ceará, o Laboratório de Bioquímica Humana usa o feijão de corda para produzir a proteína do vírus da dengue e obter a vacina. Na Universidade de Brasília (UnB), o Departamento de Biologia Celular tenta produzir uma parte do vírus da dengue com alface e criar um reagente para detectar a doença. A intenção dos pesquisadores da UnB é montar um kit para diagnóstico que seja mais barato do que o de origem animal (camundongo) e que o Brasil precisa importar parte da Austrália. O kit terá um reagente produzido com alface na qual foi injetado o gene do vírus da dengue. A alface transgênica produzirá uma partícula viral defeituosa que será aproveitada em reagente, a ser misturado ao sangue coletado. Conforme a reação, o medicamento indicará se o paciente está com os anticorpos do vírus da dengue. Segundo o pesquisador Tatsuya Nagata, virologista do Laboratório de Microscopia, ligado ao Departamento de Biologia Celular da UnB, a alface é mais eficiente do que bactérias e leveduras tradicionalmente usadas na produção de vacinas.

Agência Brasil destaca que o Amazonas sofreu a maior epidemia de dengue da história.

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